Costumo nomear em uma das oficinas que desenvolvo por "customização criativa". E por que? porque não faço uso de fórmulas e nem receitas para as pessoas transformarem suas peças, suas roupas, que não estão mais utilizando, simplesmente porque não as querem mais, ou por estarem apertadas,  ou porque a  peça não tem mais o mesmo valor, e esse trabalho de customização é uma maneira de renovar, modificar, dar um novo gás para aquele produto que estava estacionado no guarda-roupas.  Pensando nisso, eu inicio meu trabalho por meio de palestras onde procuro estimular o processo criativo apresentando meu histórico de criação, o que inclui exibição de imagens. A partir dai, testamos no manequim de molugem, as possibilidades que a peça oferece: a peça pode ser uma calça que pode se transformar em um casaco, ela pode ser uma saia que pode virar uma blusa, um vestido que pode se dividir em duas peças, e por ai vai. Podemos ainda, na elaboração desse processo, incorporar apliques, pespontos, tingimentos, pinturas, para surgir essa "nova cara". Nesse evento, eu foquei exatamente nas peças que existiam, transformando-as  em uma coleção onde as peças tivessem comunicação entre si, embora tão destintas.  Como base, eu tomei como referência um panô de uma figura religiosa da cultura indiana, com tudo que ela representava em matéria de imagens,  desenhos, cores, texturas, brilhos e em cima dessa peça, eu orientei a coleção que resultou num desfile. 

Uma característica minha desde jovem, é dar minha contribuição social. Acredito que a cada vez que me envolvo em ações como essa, de caráter voluntário e inclusivo, me trás um prazer instantâneo, pelas pessoas que tem carência de informação, e conseguir através destas ações, elevar a autoestima dos que participaram da oficina, oportunizando-os desfilar suas criações, independente de idade, biotipo, estética, enfim, primo pela inclusão que compreende todo o processo.






 


    

DE VOLTA AO TOPO