A jornalista Raquel Medeiros fez uma matéria sobre minha coleção Organic Rupestre para o site Nas entrelinhas. Uma coleção inovadora!


Organic Rupestre de camisetas do grupo Natural Cotton Color desenvolvida com exclusividade pelo estilista Romero Sousa. A indumentária mais democrática da moda contemporânea - com status de canal de comunicação - carrega no fio do algodão que nasce colorido e na tinta natural que estampa inscrições rupestres a sua própria história. A narrativa conjuga processos artesanais, identidade regional, memória e cultura ancestral para um mercado ávido pela roupa com selo ético e costura sustentável.Trama, estampa e modelagem dão unidade à história implícita e explícita nos lados direito e avesso das camisetas. As palavras "orgânico e rupestre' que batizam a coleção remetem à origem do algodão, dos laços de pertencimento, da regionalidade, da linguagem primitiva presente nos sítios arqueológicos do Congo. Na cidade da Paraíba - localizada na microrregião do Cariri Ocidental o sol que castiga a terra e ilustra tetos e paredes rochosas das cavernas representa um dos desenhos icônicos capturados por Romero Sousa no processo de estamparia artesanal.

Produto de raiz com tecnologia - A organicidade da Natural Cotton Color faz das camisetas um produto 100% paraibano. Toda a matéria-prima resulta do cultivo do algodão colorido desenvolvido geneticamente pela Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola e enraizado na agricultura familiar. O plantio no Assentamento Margarida Maria Alves, situado no município de Juarez Távora, a 100 km da capital João Pessoa, produz plumas em tonalidades que variam do verde-claro à cartela de marrons sutis e avermelhado. O algodão é certificado pela Associação de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD) e por nascer com cor economiza 87,5% da água que seria consumida no processo convencional de tingimento. As malhas nas cores natural e marrom terroso abrigam a modelagem ampla, onde a forma quadrada traduz conforto e liberdade. "Nosso conceito orgânico abraça a tecnologia. Ela está aplicada na produção da pluma que dispensa tingimento químico, na precisão do molde, na captura e composição dos desenhos da estampa", explica o estilista paraibano que visitou cinco sítios arqueológicos para fazer a seleção dos desenhos. Seis representações artísticas pré-históricas que referenciam o sol, a palma da mão e uma suposta escada configuram as imagens transferidas para o tecido com tinta vegetal de alta fixação.

Elo do passado com o presente. Pensadas nos mínimos detalhes, as camisetas assinadas por Romero Sousa evocam a simbologia de segunda pele conectada à ideia do universo primitivo, sem perder de vista a contemporaneidade. "Nesta coleção ato memórias geográficas, tramo experiências sustentáveis, entrelaço minha trajetória no eco fashion, imprimo as raízes culturais que contrastam com minha busca pelo novo", afirma o estilista. Do modelo "T" popularizado pela indústria cultural ele mantém a proposta da roupa assentada na simplicidade e supervaloriza o conforto expresso nas costuras internas, na forma mais solta e no carimbo que substitui a etiqueta. "Tudo foi idealizado com o sentido de leveza", adverte. A inspiração que define a coleção estabelece elos de passado e presente. Ressalta os vínculos de pertencimento com a terra e sublinha o poder da camiseta na propagação de mensagens. Em cada peça é possível ler a responsabilidade com o meio-ambiente, a ideia do comércio justo, a preocupação com o patrimônio material e imaterial contidos na estampa e o desejo de contar histórias. Desde a dos antepassados que deixaram registros de sua existência na rocha a das famílias envolvidas no plantio do algodão que tece o futuro com as cores da natureza.

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